Book Builder – Criar, Editar e Partilhar Livros Digitais

Book Builder é uma ferramenta muito interessante e livre, disponível on-line, que permite a criação, a partilha, a leitura e a publicação de livros digitais interativos.

Com esta feramenta poderá incluir texto, imagens, vídeos, informações, sugestões com a possibilidade de utilizar a opção de fala. Tem à sua disposição alguns assistentes, que poderão ajudar ao longo da navegação do livro criado, assim como poderá associar também perguntas e incluir um glossário.

Para além da criação dos próprios livros poderá usufruir da leitura dos livros da biblioteca pública ou utilizar modelos de livros já existentes. Muito interessante e criativo. Desde a criação de livros com a possibilidade de utilizar imagens, vídeos, texto com opção de fala do mesmo, glossário, associação de perguntas, passando pela leitura de livros da biblioteca pública, até à utilização de modelos de livros já feitos. Esta é uma solução verdadeiramente interessante que poderá ser muito útil no apoio a diversos alunos, uma vez que permite o ajustamento da abordagem dos conteúdos em função das suas necessidades individuais, interesses e competências.

O Desenho Universal para a Aprendizagem (UDL) é uma abordagem flexível para a conceção e implementação do ‘currículo’ que oferece a todos os alunos plena igualdade de oportunidade de sucesso na aprendizagem. Ao utilizar o Book Builder deve ter em conta 3 princípios (UDL) que não são mais do que um conjunto de linhas orientadoras que podem ser empregues para reduzir ou eliminar as barreiras inerentes à maioria dos livros existentes e do currículo.

A utilização de recursos digitais, nomeadamente texto eletrónico, simplifica a apresentação de informação de diferentes formas. Para saber um pouco mais sobre Desenho Universal para a Aprendizagem (UDL) veja o vídeo.

JClic na construção de atividades educativas interativas

JClic é um programa livre (de autor) para a criação, realização e avaliação de atividades educativas multimédia, desenvolvidas na plataforma Java. Pode ser executado em Linux, Mac OS X, Windows e Solaris.
O  conteúdo  das  actividades pode ser em texto ou gráfico, podendo  incorporar também sons, animações ou sequências de vídeo digital. As atividades podem ser construídas a pensar em qualquer conteúdo, área temática ou nível de escolaridade, desde o pré-escolar ao ensino superior.

A interface é muito simples e os projetos são construídos com uma determinada sequência que indica a ordem em que irão ser mostradas.

O JClic é composto por três módulos:

Jclic player – o programa independente que, uma vez instalado, permite que as atividades possam ser executadas a partir do disco sem a necessidade de estar ligado à Internet.

JClic author – a ferramenta de criação, que permite a criação, edição e publicação das atividades de uma forma mais simples, mais visual e intuitiva.

JClic reports – compila e organiza os dados (tempo utilizado em cada atividade, tentativas, acertos, etc…), produzindo relatórios sobre os resultados das atividades realizadas pelos alunos.

Podemos criar atividades de raíz, aproveitar atividades criadas por colegas (incluindo a partir da internet) ou adaptar atividades de autores estrangeiros que podem ser abertas no JClic author e modificadas (por vezes apenas é preciso modificar as instruções para o aluno).

Para fazer o download basta aceder à página http://clic.xtec.cat/en/jclic/download.htm. Contudo, caso não consigam fazer correr o programa talvez o motivo seja por não terem o Java instalado, o que poderão fazer a partir daqui. O Java é um programa útil para a execução de atividades tais como jogos, vídeos, etc.

SAAC – PICTO Selector

O Picto-Selector é uma aplicação livre do Windows com mais de 22000 símbolos, criado para facilitar a seleção e impressão de símbolos. Foi concebido por Martijn van der Kooij e podemos encontrar os símbolos nos sites Sclera.be, Straight-Street.com e ARASAAC . Tem tradução para o Inglês, Francês, Espanhol e Holandês. Com esta aplicação podemos construir tabelas ou quadros de comunicação para digitalizadores de fala ou utilizar os símbolos isolados, para serem utilizados individualmente, como por exemplo em cadernos de comunicação, em horários, decomposição de tarefas, entre outros, ou compostos para uma comunicação mais elaborada e complexa com recurso à contrução frásica.

As maiores vantagens do Sistema Gráfico Picto são: suportar o sistema PECS – Picture Exchange Communication System, ser gratuito, permitir integrar várias bases de dados de símbolos, ser de fácil seleção, edição, cópia e impressão de símbolos.

A partir da página do Picto-Selector podemos fazer não só o download da aplicação mas ver diversos tutoriais ou exmplos de utilização do Picto.

Um deles é a apresentação de uma tarefa decomposta para ajudar uma criança autista na aprendizagem de uma tarefa específica, secar-se depois do banho. Espreitem aqui.

Sistemas Aumentativos e Alternativos de Comunicação (SAACs)

Os Sistemas Aumentativos e Alternativos de Comunicação (SAACs) visam sobretudo o desenvolvimento de competências de comunicação. Quando associados a tecnologias, permitem formas mais funcionais de comunicar evitando a dependência e o isolamento.

O Sistema Aumentativo de Comunicação complementa a linguagem oral para uma comunicação efetiva, enquanto que o Sistema Alternativo de Comunicação substitui a linguagem oral quando esta se encontra ausente ou quando é  incompreensível.

Os principais objetivos dos SAACs

  • Facilitar a compreensão da linguagem oral e a expressão
  • Proporcionar qualidade de vida superior pelo desenvolvimento da autonomia pessoal
  • Meio temporário de comunicação
  • Meio de comunicação permanente ou de longo prazo
  • Meio facilitador do desenvolvimento da fala

Podemos dividir os SAACs em (1) sistemas sem ajuda e (2) sistemas com ajuda:

(1) Nos primeiros são consideradas todas as formas não verbais de comunicação natural: gestos, expressões faciais, língua gestual.

(2) Para os segundos é necessário algo externo como forma de apoio à comunicação tal como ajudas técnicas ou simplesmente lápis e papel. Podemos utilizar objetos, imagens e/ou símbolos. Os objetos podem ser reais ou imitações, as imagens podem ser fotografias reais ou desnhos representativos da realidade e, no caso dos símbolos existe uma série de símbolos gráficos que foram desenvolvidos para facilitar a comunicação de pessoas com necessidades educativas especiais: PIC, BLISS, SPC (PCS).

Sistemas Gráficos para a Comunicação Aumentativa mais utilizados:

PIC – Pictogram Ideogram Communication (Maharaj, S., 1980) – Sistema pictográfico concebido por uma terapeuta da fala canadiana, com símbolos/figuras estilizadas a branco, sobre fundo negro, cujo objetivo era reduzir dificuldades de discriminação entre figura e fundo. A limitação mais assinalada é o facto dos símbolos não serem combináveis. Por outro lado, permitem uma boa percepção e são de fácil aprendizagem.

Sistema de Comunicação SPC (Mayer Johson, R., 1981) – Símbolos Pictográficos de Comunicação criados por uma terapeuta da fala americana. Os símbolos são agrupados em categorias gramaticais, segundo a CHAVE DE FITZGERALD (pessoas, verbos, adjetivos, substantivos, diversos, sociais). São reconhecidas como maiores vantagens: a universalidade (mesmo entre idiomas), a adaptabilidade, a aplicação a diferentes tipos de utilizadores, a boa discriminação visual, a facilidade na pesquisa e na execução de novos símbolos, a abordagem temática do quotidiano e o facto de ser um sistema evolutivo. Os símbolos são atualizados anualmente, sendo que, atualmente, estão disponíveis cerca de 5000. Os símbolos são transparentes ou personalizados e desenhados a traço negro a cheio, sobre fundo branco. É o sistema de símbolos mais utilizado no mundo.

Bliss (Blisssymbolics 1965 ) – Sistema de símbolos ideográficos criado por Charles Bliss, Engenheiro Químico, durante a 2ª Guerra Mundial numa tentativa de criação de uma língua universal para indivíduos sem problemas de comunicação. Foi aplicado pela primeira vez, como meio de comunicação alternativa e aumentativa, com indivíduos portadores de deficiência motora (paralisia cerebral), no Canadá, nos anos 70. Sistema de símbolos pictográficos, ideográficos, mistos e arbitrários, organizados em grupos sintáticos identificados por cores específicas. Os símbolos são compostos por um número pequeno de formas chamadas de “elementos simbólicos”.  Seguindo um sistema lógico, estes elementos básicos são usados em várias combinações  para representar milhares de significados.  Pela sua estrutura, o Sistema Bliss é utilizado por crianças e adultos com diferentes capacidades cognitivas, permitindo distintos graus de estruturação linguística. Algumas vantagens apontadas são: a possibilidade de expansão (novos significados e símbolos) e a lógica que lhe está associada. Por oposição, as desvantagens que lhe são apontadas a necessidade de boa discriminação visual e capacidade de abstração, maiores competências cognitivas e complexidade.

As tecnologias associadas a estes sistemas possibilitaram formais mais funcionais de comunicação. No entanto, devemos ter em conta a pertinência das diferentes tecnologias disponíveis adequando-as às necessidades dos alunos em causa sem comprometer as etapas de desenvolvimento das compet~encias comuncativas que podem, ou não, levar à utilização de ferramentas cada vez mais complexas.

Existem três níveis de tecnologias: a baixa, a média e a alta tecnologia, correspondendo a cada uma delas, características específicas como, por exemplo, exigirem progressivamente maior manutenção, maior necessidade de treino associado à sua utilização, sem componentes eletrónicos ou com componentes progressivamente mais complexos.

Quadros Interativos Multimédia – Reflexão

Estas ferramentas foram, na grande maioria das escolas, trazidas pela mão do Plano Tecnológicoda Educação (PTE), mas para além dos recursos físicos e financeiros dispendidos, as vertentes da formação e a disponibilização de recursos pedagógicos, próprios para cada disciplina/ciclo, ainda estão longe de atingir um grau satisfatório, sendo igualmente importante refletir sobre o impacto que a sua integração está a ter no contexto escolar, o modo como estão a ser utilizados e que vantagens daí advêm.

Relativamente às questões de natureza pedagógica, não podemos esquecer que, como para qualquer outra aula/sessão, a utilização do QIM exige uma preparação cuidada das atividades e de um trabalho prévio de seleção/produção de recursos para serem explorados através do quadro. Por exemplo, (1) ter em conta que todos os materiais projetados sejam facilmente visíveis e percebidos por todos os alunos (letras pequenas, cores suaves, imagens e esquemas de reduzida dimensão, a distribuição desorganizada e sem critério dos elementos de comunicação e o excesso de informação em vez de facilitar, dificultam ou impedem a comunicação); (2) relacionar o trabalho na sala com o mundo exterior (o QIM possibilita uma navegação para outras realidades, outras ferramentas e um prolongamento da sala de aula para o quotidiano dos alunos); (3) não ficar restrito à utilização do QIM, quando percebe que determinado aluno poderá ter vantagens na utilização de outro recurso (se for possível que cada aluno, ao seu ritmo individual, possa interagir com um determinado programa num computador, por exemplo, então deixemos que eles o façam).

No âmbito das questões organizacionais, o professor deverá cuidar para que todos os alunos tenham boa visibilidade para o QIM e fazer uma boa preparação das atividades, treinando a utilização de todos os recursos necessários (software ou outros), por exemplo.
Adaptado de Quadros Interactivos Multimédia (QIM), Gisela Castro e José Caldas, Centro de Formação de Associação das Escolas de Matosinhos

Descobrir o PowerPoint

Apresentação em powerpoint

Ferramentas tão simples como o PowerPoint (PPT), por exemplo, podem rapidamente transformar-se num instrumento cheio de potencialidades para todas as crianças, independentemente das suas necessidades ou problemáticas. Desta feita, foi perceber como é que com o PPT podiamos construir atividades que integrassem simultaneamente voz/feedback auditivo, animação, texto, enfim, interatividade.

Para saberem um pouco sobre como converter texto em voz acedam ao endereço http://www.robobraille.org/Speechproduction.

Contudo, para tal, basta que se escreva num documento de texto (.txt) a(s) palavra(s) ou frase(s) que pretendemos converter e enviá-lo em anexo a uma mensagem, para o endereço textoparavoz@robobraille.org, sem assunto, nem corpo de texto na mensagem. E pronto, em breves minutos teremos em voz aquilo que se encontrava em palavras. Fantástico! Depois é só converter o ficheiro audio que recebermos, passando-o do formato .mp3, para o formato .wav, a partir do endereço http://www.online-convert.com/, e  utilizá-lo nas apresentações que construirmos. Parece difícil? Não é! Abrem-se, sim, novas possibilidades na construção de materiais interativos para alunos com (e sem) necessidades educativas especias.

Partilho convosco um pequeno exemplo totalmente criado neste programa com a ajuda dos recursos que vos descrevi.